segunda-feira, 6 de abril de 2009

FABRICANTES PROMETEM COMPUTADORES PEQUENOS E ULTRAFINOS

Prepare-se para a próxima etapa na revolução da computação pessoal: computadores ultrafinos e muito baratos. A AT&T anunciou na última terça-feira que seus clientes em Atlanta poderiam adquirir uma espécie de computador pessoal compacto, conhecido como netbook, por apenas US$ 50, caso assinassem com a operadora de telefonia como provedora de internet - e essa oferta pode ser estendida a outros mercados depois do período de teste.

Este ano, ao menos uma operadora de telefonia móvel nos Estados Unidos deve oferecer netbooks gratuitamente para quem assinar planos de dados, copiando programas semelhantes criados no Japão, de acordo com especialistas setoriais.

Mas essa revolução não envolve apenas uma queda de preços. Os computadores pessoais - e as empresas que produzem seus componentes essenciais - estão a ponto de passar pela virada mais séria do mercado desde que surgiu o laptop. Pelo final deste ano, os consumidores provavelmente estarão vendo laptops do tamanho de livros de bolso finos, capazes de operar o dia todo com uma única carga e equipados com telas de toque ou teclados deslizantes.

O setor estava em polvorosa esta semana com relação a esses aparelhos, em uma conferência de telecomunicações realizada em Las Vegas, e os consumidores verão as primeiras máquinas nas lojas provavelmente a partir de junho, oferecidas pelas pioneiras dos netbooks, Asustek e Acer.

"A era do computador perfeito para a internet a preço de US$ 99 começará este ano", disse Jen-Hsun Huang, presidente-executivo da Nvidia, fabricante de placas gráficas para computadores pessoais que está tentando se adaptar à nova ordem tecnológica. "O computador primário que conhecemos hoje é o computador pessoal básico, e é necessário que seja reinventado".

Um grupo inesperado de empresas surgiu para promover essa transformação. Companhias como Qualcomm, Freescale Semiconductor e Samsung Electronics, que fabricam os chips baratos e de baixo consumo de energia usados em celulares, e que agora estão aplicando esses conhecimentos aos computadores pessoais.

Como em qualquer revolução, os atuais senhores do reino - Intel e Microsoft, produtores dos chips e software que acionam a maioria dos computadores - enfrentarão um desafio sem precedentes ao seu domínio. A Microsoft está especialmente vulnerável, porque muitos dos novos netbooks utilizam softwareLinux e não Windows.

"Uma virada ampla no mercado de consumo rumo aos computadores de baixo preço certamente pressionaria a receita de quase todos os integrantes da cadeia de valor, dos fornecedores de componentes aos varejistas", escreveu A. M. Sacconaghi, analista financeiro na Sanford C. Bernstein & Co., em relatório publicado no mês passado. "No entanto, acreditamos que o impacto seria especialmente negativo para a Intel e a Microsoft, que hoje desfrutam de posições quase monopolistas em seus respectivos mercados".

Até agora, os netbooks atraíram audiência relativamente pequena. Alguns deles parecem mais brinquedos ou celulares superdimensionados do que computadores com plenas capacidades. Mas representam a grande história de sucesso no setor de computação, com previsão de que as vendas devem dobrar este ano, enquanto as dos computadores em geral caem em 12%, de acordo com o grupo de pesquisa Gartner. Pelo final de 2009, os netbooks devem responder por cerca de 10% do mercado geral de computadores, uma alta espantosa em um período tão curto.

Os netbooks enfrentam problemas para executar software como videogames e programas de edição fotográfica. Atendem em lugar disso às pessoas que passam a maior parte de seu tempo envolvidas com serviços online e desejam um aparelho barato e leve que possam usar em qualquer lugar.

Nova geração
A maior parte dos netbooks hoje vendidos opera com um chip da Intel chamado Atom, uma versão de custo mais baixo e menor potência dos chips padrões da empresa para laptops. E cerca de 80% deles usam o Windows XP, versão mais antiga do principal software da Microsoft.

A mais nova geração de netbooks foi concebida com base em componentes usados em celulares.

Usando a arquitetura ARM, da ARM Holdings, no Reino Unido, os chips de celulares consomem muito menos energia que os chips Atom, e combinam muitas funções em uma mesma peça. Com custo de cerca de US$ 20, são muito mais baratos para os fabricantes de computadores do que um chip Atom e seus componentes associados.

Mas os chips ARM sofrem de uma séria deficiência: não podem operar as versões principais do Windows e os populares softwares que as acompanham. Por isso, os fabricantes de netbooks se voltaram ao Linux, um sistema de fonte aberta que custa US$ 3, e não os US$ 25 que a Microsoft usualmente cobra pelo Windows XP.

Também estão explorando a possibilidade de usar o sistema operacional Google Android, originalmente desenvolvido para celulares. (Empresas como a Acer, Dell e Hewlett-Packard já vendem alguns netbooks com Atom e Linux.)

Mas os fabricantes de chips para celulares argumentam que a combinação ARM-Linux basta para um computador cuja função seja operar com e-mail, Facebook, vídeos online e documentos acessíveis via web.

Huang, da Nvidia, diz que o setor de computadores está em um ponto de inflexão. "As perturbações virão de baixo e mudarão o mercado para sempre".


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