terça-feira, 21 de abril de 2009

Confira o raio X da fusão Oracle e Sun

A Oracle e a Sun Mycrosystems podem não ter muito em comum à primeira vista, mas um olhar mais atento pode revelar as possíveis sinergias e disparidades entre as duas empresas, que estão em vias de se tornar uma só.

A Oracle possui 85 mil funcionários espalhados pelo mundo e faturou US$ 22,4 bilhões no ano fiscal de 2008, com lucro de US$ 5,5 bilhões. A empresa tem cerca de 320 mil clientes, sendo a esmagadora maioria – 280 mil – na área de banco de dados, área que foi seu berço. Ao longo dos anos, a companhia expandiu seu portfólio de aplicações empresariais, fazendo ofertas agressivas por rivais como PeopleSoft, BEA, Hyperion e Siebel.

Já a Sun tem 33,5 mil funcionários em seu quadro e faturou US$ 13,8 bilhões em 2008, com lucro de apenas US$ 403 milhões – queda de US$ 70 milhões sobre o ano anterior. Além do negócio de hardware – que inclui servidores corporativos, armazenamento e os processadores UltraSPARC –, a companhia possui ativos importantes na área de software, como a linguagem de programação Java, o sistema operacional Solaris e o banco de dados MySQL.

Historicamente, muitas das licenças de banco de dados da Oracle foram vendidas para rodar em servidores Sun. Com a aquisição, uma das alternativas pode ser a venda combinada de hardware com software. Isso, no entanto, poderia causar problemas para a Oracle junto a parceiros tradicionais, como HP, Dell e IBM.

Outro caminho possível para a Oracle é aproveitar o hardware em ofertas de software como serviço, ou computação em nuvem, como dita a moda. Há ainda uma terceira alternativa para a     Oracle: vender a área de hardware da Sun mais barato para uma das suas rivais – novamente, HP, Dell e IBM.

Na área de software, o futuro também é nebuloso. Todos os esforços da Sun para tornar tecnologias como Java e Solaris mais abertas podem ganhar novos contornos nas mãos da Oracle. O MySQL, banco de dados de código aberto comprado pela Sun um ano atrás, também terá que encontrar seu lugar ao lado do software rival feito pela dona da casa.

É razoável supor que parte do esforço da Oracle em comprar a rival está justamente em tirar estes ativos da mão de possíveis rivais – notadamente a IBM, que abandonou o negócio no meio do caminho.

É quase certo que haverá demissões. Na época em que a IBM era a possível compradora, falava-se em até10 mil cortes, mas com a ausência da área de hardware na Oracle, pode ser que as sobreposições sejam menores. Por outro lado, na área de software podem sobrar cargos equivalentes.

Como parte do processo de integração, a Oracle terá que lidar ainda com as finanças deterioradas da Sun, embora a companhia tenha afirmado em comunicado oficial que a mais recente aquisição seria mais lucrativa no seu primeiro ano que as compras da BEA, PeopleSoft, e Siebel combinadas.

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