quinta-feira, 11 de março de 2010

As novas tecnologias de interação com as máquinas prometem em breve tornar o teclado e o mouse objetos de museu

O ano começou com a promessa de enterrar uma era tecnológica. Quem esteve na última edição da maior feira de eletrônicos de consumo do mundo, a Consumer Electronics Show (CES), realizada em janeiro em Las Vegas, nos Estados Unidos, saiu com a certeza de que uma das tendências mais importantes do mundo da tecnologia é a mudança radical na maneira como interagimos com computadores e equipamentos eletrônicos. Os controles remotos do televisor, do videogame e os mouses e teclados podem estar em seus derradeiros dias. Os maiores fabricantes do mundo já mostraram as primeiras versões de aparelhos de TV controlados por gestos, uma infinidade de computadores com tela sensível ao toque e até mesmo carros que respondem a uma série de comandos de voz. Durante muito tempo essas novas interfaces de controle não puderam sair do papel por causa do alto custo das tecnologias envolvidas. Agora, porém, essa questão está cada vez mais em segundo plano. "O custo de projetores, processadores e câmeras vem caindo rapidamente, e a qualidade, aumentando", diz John Vincent, presidente e cofundador da GestureTek, empresa que há 20 anos trabalha com tecnologias de reconhecimento de gestos. "Prevejo uma grande adoção de novos sistemas de controle já a partir deste ano."

O iPad, computador em formato de prancheta apresentado pela Apple em janeiro de 2010, mostra como cada vez mais equipamentos estão aderindo às tecnologias de interface por toque, gestos ou fala. O iPad obteve o maior destaque, mas diversos outros fabricantes já demonstraram modelos semelhantes. Esses novos aparelhos abrem ainda mais espaço para os PCs no dia a dia: ao dispensar o mouse e o teclado e permitir o uso com conforto no sofá, por exemplo, eles começam a ocupar o espaço que antes era de livros, revistas, jornais e até mesmo da televisão. O iPad pode executar a maioria das funções que se espera de um computador tradicional, mas essa não é a ideia do produto. Pelo contrário. O sistema de comando intuitivo e o formato adequado para a leitura casual fazem o computador do iPad "desaparecer". O objetivo da Apple é que o usuário, mesmo conectado à internet e segurando um computador nas mãos, se esqueça disso e se concentre na leitura de um livro eletrônico ou na navegação na internet. "Telas sensíveis ao toque vão dar origem a inúmeras novas máquinas de leitura, de desenho e de anotações", diz Scott Klemmer, pesquisador do grupo que estuda interações entre pessoas e computadores da Universidade Stanford.


Fonte: http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0963/especiais/primeirapessoa/2004/ponta-dedos-537030.html

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